Passar pela prisão se torna um estigma na vida de todo detento. Isto ocorre porque a sociedade, com suas razões, tem receio de se envolver com pessoas que já cometeram delitos, mesmo que estes já tenham cumprido sua pena e respondido por seus atos perante a justiça.
Desta forma, o trabalho de ressocialização dos encarcerados deve, sem sombra de dúvida, ocorrer enquanto eles estão reclusos, sob vigilância do Estado.
Nesta linha de pensamento, é que o Conselho da Comunidade, esta oferecendo aos detentos da carceragem de Castro, a oportunidade de participarem de um projeto de ressocialização, que envolve a formação integral de cada individuo, incluindo os âmbitos sociais e profissionais, com o objetivo de prepara-los para o retorno à sociedade.
Os detentos devem aproveitar o tempo para estudar, trabalhar e se distrair com atividades como leitura e cultivo de hortas, cursos profissionalizantes, aulas de Espanhol, trabalhos sociais para as Instituições municipais como creches, escolas, manutenção de vias públicas e outros. Afinal, o ócio não contribui para nada.
Como já analisado por levantamentos e relatos, muitos dos detentos que participam de cursos profissionalizantes vislumbram um futuro melhor para si e sua família. A maioria tem o desejo de sair da prisão e trabalhar na área aprendida por meio destas capacitações.
Contudo, infelizmente, esta realidade não é o que se observa na maioria dos presídios brasileiros, onde os detentos são submetidos a condições que degradam a pessoa humana. A superlotação, por exemplo, é uma constante no sistema prisional brasileiro. Assim, é impossível que as instituições penitenciárias cumpram o seu papel.
O ideal é que as instituições sejam capacitadas para receber e tratar o infrator como um ser humano que cometeu erros, e que deve refletir sobre seus atos, para que não mais atue em desacordo com a lei, podendo, assim, ser reincorporado à sociedade.
A melhor maneira de atingir este resultado é mostrando que o preso é capaz de viver e conviver com os demais, contribuindo com os mesmos, por meio do fruto de seu trabalho, que só faz dignificar a pessoa.
Ao perceber que terá oportunidade de exercer um ofício e promover o sustento de seus familiares, os presos resgatam sua cidadania.
Desta forma, fica claro que o encarcerado – que mesmo atrás das grades continua dotado de direitos e deveres – precisa ser valorizado como pessoa humana, para que, de fato, consiga se recuperar de suas condutas delituosas, e não volte a ser um reincidente no crime, como, infelizmente, ocorre na maioria dos casos.